Christian está em uma jaula de aço. Vestindo jeans, seus macios e rasgados jeans, seu peito e seus pés que são de dar água na boca estão nus, e ele está olhando para mim. Sua piada privada faz com que ele tenha um sorriso em seu rosto bonito e seus olhos da cor de um cinza fundido. Em suas mãos ele segura uma taça de morangos.
Ele anda lentamente com uma graça atlética até a frente da jaula, olhando fixamente para mim. Segurando um morango gordo e maduro, ele estende a sua mão através das barras.
— Coma, — diz ele, sua língua acariciando a frente de sua boca, ele enfatiza o ‘a’.
Eu tento ir para ele, mas estou amarrada, travada por uma força invisível em volta dos meus pulsos, me segurando. Deixe-me ir.
— Venha e coma, — ele diz, sorrindo o seu delicioso sorriso torto.
Eu puxo e puxo... Deixe-me ir! Eu quero gritar e gritar, mas nenhum som emerge. Eu estou muda. Ele se estende um pouco mais, e encosta o morango em meus lábios.
— Coma, Anastásia. — Sua boca forma o meu nome, se demorando sensualmente em cada sílaba.
Eu abro minha boca e mordo, a gaiola desaparece e minhas mãos estão livres. Eu chego a tocá-lo, passo os meus dedos pelos cabelos de seu peito.
— Anastásia.
Não. Eu lamento.
— Vamos lá, querida.
Não. Eu quero tocar em você.
— Acorde.
Não. Por favor. Meus olhos piscam involuntariamente abertos por uma fração de segundo. Eu estou na cama e alguém está falando ao meu ouvido.
— Acorde, querida, — ele sussurra, e o efeito de sua voz quente é como caramelo derretido em minhas veias.
É Christian. Caramba, ainda está escuro, e as imagens dele no meu sonho ainda persistem, desconcertantes e atormentando em minha cabeça.
— Ah... não, — eu gemo. Eu queria estar de volta em seu peito, de volta ao meu sonho. Por que ele está me acordando?
É o meio da noite, ou assim parece. Puta merda. Será que ele quer sexo, agora?
— Hora de levantar, querida. Vou ligar a luz. — Sua voz é calma.
— Não, — eu gemo.
— Eu quero perseguir o amanhecer com você, — ele diz, beijando o meu rosto, minhas pálpebras, a ponta do meu nariz, minha boca, e eu abro os olhos. A luz está ligada. — Bom dia, linda, — ele murmura.
Eu gemo, e ele sorri.
— Você não uma pessoa da manhã, — ele murmura.
Através da neblina da luz, eu vejo Christian debruçado sobre mim, sorrindo. Divertido.
Sorrindo para mim. Vestido! Em preto.
— Eu pensei que você queria sexo, — eu resmungo.
— Anastásia, eu sempre quero sexo com você. É reconfortante saber que você sente o mesmo, — ele diz secamente.
Eu olho para ele enquanto os meus olhos se ajustam a luz, mas ele ainda parece divertido... agradeço aos céus.
— Claro que sim, mas não quando é tão tarde.
— Não é tarde, é cedo. Vamos lá, se você levantar. Nós vamos sair. E depois ter uma verificação da enxurrada de sexo.
— Eu estava tendo um sonho tão bom, — eu lamento.
— Sonhando com o quê? — Ele pede com paciência.
— Com você. — Eu coro.
— O que eu estava fazendo no momento?
— Tentando me alimentar com morangos.
Seus lábios se contorcem em um traço de sorriso.
— Dr. Flynn poderia ter um dia de campo com isso. Levanta e vá se vestir. Não se preocupe em tomar banho, nós podemos fazer isso mais tarde.
Nós!
Sento-me, e as piscinas de lençóis na minha cintura caem, revelando o meu corpo. Ele está me dando espaço, seus olhos escurecem.
— Que horas são?
— 5:30 da manhã.
— Parece 3:00 da manhã.
— Nós não temos muito tempo. Eu a deixei dormir o maior tempo possível. Venha.
— Não posso tomar um banho?
Ele suspira.
— Se você tomar um banho, eu vou querer tomar um com você, e você e eu sabemos o que vai acontecer em seguida, o dia só vai passar. Venha.
Ele está animado. Como um menino pequeno, ele brilha com antecipação e entusiasmo. Ele me faz sorrir.
— O que estamos fazendo?
— É uma surpresa. Eu disse a você.
Eu não posso deixar de sorrir para ele.
— Ok. — Eu escalo para fora da cama e procuro minhas roupas. É claro que elas estão bem dobradas na cadeira ao lado da minha cama. Um par de cuecas boxes Ralph Lauren é colocado para fora. Eu a coloco, e ele sorri para mim. Hmm, outra peça de roupa íntima de Christian Grey, um troféu para adicionar a minha coleção, junto com o carro, o BlackBerry, o Mac, o casaco preto e um conjunto de livros antigos de primeiras edições valiosas. Sacudo a cabeça, e franzo a testa quando uma cena de Tess passa pela minha cabeça: a cena dos morangos. Invoco meu sonho. Para o inferno com o Dr. Flynn, Freud teria um dia de campo, e, em seguida, ele provavelmente terminaria tentando lidar com as Cinquenta Sombras.
— Eu vou lhe dar algum espaço, agora que você se levantou. — Christian sai em direção à sala de estar e eu ando para o banheiro. Eu tenho necessidades para atender, e eu queria um banho rápido. Sete minutos depois, estou na sala de estar, limpa, escovada e vestida em jeans, meu corpete, e a roupa intima de Christian Grey. Olhei para Christian, o vendo sentado na mesa de jantar onde ele está tomava café da manhã. Café da manhã! Caramba, nesse momento.
— Coma, — diz ele.
Santo Moisés... meu sonho. Olho para ele de boca aberta, pensando em sua língua no céu da boca. Hmm, sua língua experiente.
— Anastásia, — ele diz com firmeza, me puxando para fora de meu devaneio.
É realmente muito cedo para mim. Como posso lidar com isso?
— Vou tomar um chá. Posso pegar um croissant para depois?
Ele me olha com desconfiança, e eu sorrio docemente.
— Não jogue água na minha festa, Anastásia, — adverte ele suavemente.
— Eu vou comer mais tarde quando meu estômago estiver acordado. Depois das 7:30 da manhã... Ok?
— Ok. — Ele olha para mim.
Honestamente. Tenho que me concentrar muito em não fazer uma careta para ele.
— Eu quero desviar meu olhar de você.
— Por todos os meios, faça, e você vai fazer o meu dia, — disse com firmeza.
Olho para o teto.
— Bem, uma surra me acordaria, eu suponho. — Pouso meus lábios em uma contemplação silenciosa.
A boca de Christian cai aberta.
— Por outro lado, eu não quero que você fique toda quente e desconfortável, o clima aqui é quente o suficiente. — Dou de ombros com indiferença.
Christian fecha a boca e se esforça muito para olhar indignado, mas não consegue totalmente.
Eu posso ver o humor escondido na parte de trás dos seus olhos.
— Está, como sempre, me desafiando, Senhorita Steele. Beba seu chá.
Eu observo o rótulo Twinings, e no interior, meu coração canta. Veja, ele se importa, com o meu paladar subconsciente. Eu sento e o enfrento, bebendo sua beleza. Será que vou ter o suficiente desse homem?
Quando sai da sala, Christian lança um moletom para mim.
— Você vai precisar disso.
Eu olho para ele, intrigada.
— Confie em mim. — Ele sorri, se inclina e me beija depressa nos lábios, em seguida, agarra minha mão e nos guia para fora.
Lá fora, no frio relativo à meia-luz anterior ao amanhecer, nas mãos de um manobrista estavam às chaves de Christian para um veloz carro esporte com uma capota. Levanto uma sobrancelha para Christian, que sorri para mim.
— Você sabe, às vezes é ótimo ser eu, — ele diz com um sorriso cúmplice, mas presunçoso que eu simplesmente não sei imitar. Ele é tão adorável quando é brincalhão e despreocupado. Ele abre a porta do carro com uma reverência exagerada, e eu escalo. Ele está em um humor tão bom.
— Aonde vamos?
— Você vai ver. — Ele sorri enquanto escorrega o carro na unidade, e sai em Savannah Parkway. Ele programa o GPS e pressiona um botão no volante e uma peça clássica orquestral enche o carro.
— O que é isso? — Eu pergunto, quando o doce, doce som de uma centena de cordas de um violino chegam até nós.
— É uma parte de La Traviata. Uma ópera de Verdi.
Oh, meu... é lindo.
— La Traviata? Eu tenho lembrança disso. Só não posso me lembrar de onde. O que significa?
Christian olha para mim e sorri.
— Bem, literalmente, a mulher caída. É baseada no livro de Alexandre Dumas, A Dama das Camélias.
— Ah. Eu li isso.
— Eu achei que você poderia ter lido.
— A cortesã condenada. — Contorço-me desconfortavelmente no assento de couro. Ele está tentando me dizer alguma coisa? — Hmm, é uma história deprimente, — murmuro.
— Muito deprimente? Você quer escolher alguma música? Está no meu iPod. — Christian tem um sorriso secreto novamente.
Eu não posso ver o seu iPod em lugar nenhum. Ele bate na tela do console entre nós, e eis que, há uma lista de reprodução.
— Você escolhe. — Seus lábios se contorcem em um sorriso, e eu sei que é um desafio.
O iPod de Christian Grey, deve ser interessante. Eu percorro a tela sensível ao toque, e encontro a música perfeita. Pressiono tocar. Eu não teria imaginado que ele era um fã de Britney. O clube mix, com batidas Techno, e Christian abaixa o volume. Talvez seja cedo demais para isso: Britney é a suma mais sensual.
— Tóxic, hein? — Sorri Christian.
— Eu não sei o que você quer dizer. — Finjo inocência.
Ele abaixa um pouco mais a música, e por dentro eu estou me abraçando. Minha deusa interior está de pé no pódio aguardando a sua medalha de ouro. Ele abaixa um pouco mais a música.
Vitória!
— Eu não coloquei essa música no meu iPod, — ele diz casualmente, e aperta o pé e acelera pela rodovia me jogando de volta para o meu acento.
O quê? Ele sabe o que está fazendo, o bastardo. Quem colocou? E tenho que escutar a Britney indo e indo. Quem... quem?
A música termina e o iPod se embaralha e começa a tocar uma música triste de Damien Rice. Quem? Quem? Olho para fora da janela, meu estômago revirando. Quem?
— Foi Leila, — ele respondeu meus pensamentos não ditos. Como ele faz isso?
— Leila?
— Uma ex que colocou a música no meu iPod.
Damien toca ao longe no fundo enquanto me sento atordoada. Uma ex... ex-submissa? Uma ex... — Uma das quinze? — eu pergunto.
— Sim.
— O que aconteceu com ela?
— Nós terminamos.
— Por quê?
Oh caramba. É muito cedo para esse tipo de conversa. Mas ele parece relaxado, feliz mesmo, e até mais falante.
— Ela queria mais. — Sua voz é baixa, introspectiva mesmo, e ele deixa a frase pendurada entre nós, terminando com essa palavra pouco poderosa novamente.
— E você não queria? — Perguntou antes que eu posso empregar meu cérebro para por um filtro em minha boca. Merda, eu quero saber?
Ele balança a cabeça.
— Eu nunca quis mais, até que conheci você.
Eu suspiro, cambaleando. Oh meu Deus. Não é isso que eu quero? Ele quer mais. Ele quer, também! Minha deusa interior capotou fora do pódio e está fazendo cambalhotas ao redor do estádio.
Não é só comigo.
— O que aconteceu com as outras catorze? — Pergunto.
Eita, tem que aproveitar que ele está falando.
— Você quer uma lista? Divorciada, decapitada, morta?
— Você não é Henry VIII.
— Ok. Em nenhuma ordem em particular, eu só tive relacionamentos de longo prazo com quatro mulheres, além de Elena.
— Elena?
— Sra. Robinson para você. — Ele dá aquele seu meio sorriso de uma piada secreta.
Elena! Puta merda. A maligna tem um nome e que soa estrangeiro. A visão de uma gloriosa sedutora de pele clara com cabelos negros e lábios vermelhos rubi vem à mente, e eu sei que ela é linda. Eu não devo permanecer. Eu não devo permanecer.
— O que aconteceu com as quatro? — Pergunto para me distrair.
— Então está tão curiosa e ávida por informação, senhorita Steele, — ele repreende de brincadeira.
— Oh, Sr. Quando É O Seu Período Fértil?
— Anastásia, um homem precisa saber dessas coisas.
— Será que precisa?
— Eu preciso.
— Por quê?
— Porque eu não quero que você engravide.
— Nem eu! Bem, ainda não por alguns anos.
Christian pisca assustado, então visivelmente relaxa. Ok. Christian não quer ter filhos.
Agora ou nunca? Estou sofrendo com o ataque repentino de sinceridade sem precedentes. Talvez seja o inicio da manhã? Algo na água da Geórgia? No ar da Geórgia? O que mais eu quero saber? Carpe Diem (Aproveite o dia).
— Então, as outras quatro, o que aconteceu? — Pergunto.
— Com uma, conheceu outra pessoa. E as outras três queriam, mais. Eu não estava no mercado para mais.
— E as outras? — Eu pressionei.
Ele olha para mim brevemente e apenas balança a cabeça.
— Só não deu certo.
Uau, um balde de carga de informações para processar. Olho no espelho lateral do carro, e percebo o crescimento suave de rosa e verde azulado no céu para trás. O amanhecer está nos seguindo.
— Onde estamos indo? — Eu pergunto perplexa, olhando para o I-95. Estamos indo para o sul, isso é tudo que eu sei.
— Um campo de pouso.
— Não estamos indo de volta para Seattle não é mesmo? — Eu suspiro, alarmada. Eu não disse adeus para a minha mãe. Caramba, ela vai estar nos esperando para jantar.
Ele ri.
— Não, Anastásia, vamos para o meu segundo passatempo favorito.
— Segundo? — Franzo a testa para ele.
— Sim. Eu te disse o meu favorito está manhã.
Olho para o seu perfil glorioso, franzindo a testa, quebrando a cabeça.
— Satisfazer você, Senhorita Steele é que tem que estar no topo da minha lista. Qualquer maneira que eu poder te pegar.
Oh,
— Bem, isso é bastante alto na minha lista de desvios, e prioridades excêntricas também. — Murmuro corando. — Tenho o prazer de ouvir, — ele resmunga secamente.
— Então, aeroporto?
Ele sorri para mim.
— Voando.
Sinos vagos começaram a soar. Ele tinha mencionado antes.
— Nós vamos perseguir o amanhecer, Anastásia. — Ele se vira e sorri para mim quando o GPS o incita a virar à direita no que parece ser um complexo industrial. Ele vira para o lado, onde um tem grande edifício branco onde se lê: Brunswick Soaring Association.
Planando! Vamos planar?
Ele desliga o motor.
— Você quer isso? — Pergunta ele.
— Você vai voar?
— Sim.
— Sim, por favor! — Não hesitei. Ele sorri, se inclina para frente e me beija.
— Primeira outra novidade, Senhorita Steele, — ele diz, enquanto sai do carro.
Primeira vez? Que tipo de primeira vez? Primeira vez pilotando um planador... merda! Não, ele disse que fez isso antes. Eu relaxo. Ele caminha em volta do carro e abre minha porta. O céu se transformou em um opala sutil, brilhando e brilhando suavemente atrás das nuvens. O amanhecer está sobre nós.
Pegando minha mão, Christian me leva ao redor do prédio para uma grande extensão de pista onde vários aviões estão estacionados. Esperando ao lado deles, um homem com a cabeça raspada e um olhar selvagem em seus olhos está acompanhado por Taylor.
Taylor! Christian não vai a um lugar sem aquele homem? Eu olho para ele, e ele sorri gentilmente para mim.
— Sr. Grey, este é seu piloto reboque, o Sr. Mark Benson, — diz Taylor. Christian e Benson apertam as mãos e iniciam uma conversa, que soa muita técnica sobre a velocidade do vento, as direções, e assim por diante.
— Olá, Taylor, — murmuro timidamente.
— Senhorita Steele. — Ele acena uma saudação para mim, e eu franzo a testa. — Ana, — ele se corrige.
— Ele tem sido um inferno na terra nos últimos dias. Ainda bem que estamos aqui, — ele diz conspirando.
Oh, esta é uma notícia. Por quê? Certamente não por minha causa! Revelações de quinta-feira! Deve ser algo na água Savannah que faz estes homens soltar umas poucas coisas.
— Anastásia, — Christian me convoca. — Venha. — Ele estende a mão.
— Vejo você depois. — Eu sorrio para Taylor, e dando-me uma saudação rápida, ele volta para o estacionamento.
— Sr. Benson, esta é a minha namorada Anastásia Steele.
— Prazer em conhecê-lo, — murmuro enquanto apertamos as mãos.
Benson me dá um sorriso deslumbrante.
— Igualmente, — ele diz, e eu posso dizer que pelo seu sotaque ele é britânico.
Quando pego a mão de Christian, há uma excitação crescente em minha barriga. Uau... planar! Seguimos Mark Benson por todo o caminho em direção a pista. Ele e Christian mantém uma conversa em execução. Eu pego a essência. Nós estaremos em um Blanik L-23, que aparentemente é melhor do que um L-13, embora esteja aberto ao debate. Benson vai pilotar um Piper Pawnee. Ele está voando a cerca de cinco anos. Tudo não significa nada para mim, mas olhando para Christian, tão animado, é um prazer vê-lo.
O avião em si é longo, elegante e branco com listras laranja. Ele tem uma cabine pequena com dois assentos um em frente ao outro. É preso por um longo cabo branco de um pequeno avião com uma única hélice convencional. Benson abre a grande cúpula de acrílico claro que emoldura a cabine, o que nos permite entrar.
— Primeiro precisamos colocar o cinto do seu paraquedas.
Paraquedas!
— Eu vou fazer isso, — interrompe Christian e toma o cinto de Benson, que sorri docilmente para ele.
— Eu vou buscar algum contrapeso, — diz Benson e vai em direção ao avião.
— Você gosta de me prender nas coisas. — Observo secamente.
— Senhorita Steele, você não tem ideia. Aqui, entre nessas tiras.
Eu faço como me disse, coloco o meu braço em seu ombro. Christian enrijece um pouco, mas não se move. Uma vez que meus pés estão nas alças, ele puxa o paraquedas para cima, e eu coloco meus braços nas alças. Habilmente, ele prende o cinto e aperta todas as correias.
— Pronto, esta prontas — ele diz levemente, mas seus olhos estão brilhando. — Você tem seu laço de cabelo de ontem?
Concordo com a cabeça.
— Você quer que eu coloque em meu cabelo?
— Sim.
Eu rapidamente faço o que ele pede.
— Pode se sentar, — Christian comanda. Ele é ainda tão mandão. Subo na parte traseira.
— Não, na frente. O piloto fica na parte de trás.
— Mas você não será capaz de ver.
— Verei o suficiente. — Ele sorri.
Eu não acho que já o vi tão feliz, mandão, mas feliz. Subo e me estabeleço no assento de couro. É surpreendentemente confortável. Christian se inclina, puxa o sinto sobre os meus ombros, pega o cinto menor entre as minhas pernas e as faixas horárias, e apoia todos no fecho que tem em minha barriga. Ele aperta as cintas de contenção.
— Hmm, duas vezes em uma manhã, eu sou um homem de sorte, — ele sussurra e me beija rapidamente.
— Isso não vai demorar muito, vinte, trinta minutos no máximo. As massas de ar não são muito boas neste horário da manhã, mas é tão deslumbrante lá em cima a esta hora. Eu espero que você não esteja nervosa.
— Animada. — Eu o olhei.
Da onde é que esse sorriso ridículo vem? Na verdade, parte de mim está apavorada. Minha deusa interior, ela está debaixo de um cobertor atrás do sofá.
— Bom. — Ele sorri de volta, acariciando meu rosto, em seguida, desaparece de vista.
Eu ouço seus movimentos enquanto ele sobe atrás de mim. Claro que ele me amarrou com tanta força que não posso me mover ao redor para vê-lo... típico! Estamos muito baixo sobre o chão. Diante de mim, um painel de mostradores e alavancas e uma coisa grande como um porrete. Deixo-o quieto.
Mark Benson aparece com um sorriso alegre quando ele verifica as minhas tiras se inclina, e verifica o chão da cabine. Eu acho que é o contrapeso.
— Sim, isso é seguro. Primeira vez? — Ele me pergunta.
— Sim.
— Você vai adorar.
— Obrigada, Sr. Benson.
— Chamem-me de Mark. — Ele se vira para Christian. — Tudo bem?
— Sim. Vamos.
Estou tão feliz por não ter comido nada. Estou além de animada, e eu não acho que meu estômago apreciaria o alimento, a emoção, e sair do chão. Mais uma vez, estou me colocando nas mãos hábeis deste homem lindo. Mark fecha a tampa da cabine, passeia ao longo do caminho em frente, e sobe dentro.
A única hélice do Piper começa a rodar, e o nervosismo do meu estômago sobe para a minha garganta. Caramba... Eu estou realmente fazendo isso. Mark nos puxa lentamente pela pista, e quando o cabo leva a pressão, de repente sacudimos para frente. Estamos fora. Ouço conversas sobre o aparelho de rádio atrás de mim. Eu acho que é conversa de Mark com a torre - mas eu não posso dizer o que ele está falando.
O Piper pega velocidade, assim como nós. É muito irregular, e na frente de nós, o avião de uma única hélice ainda está no chão. Caramba, será que vamos levantar? E de repente, o nervosismo do meu estômago desaparece da minha garganta e gratuitamente sai através do meu corpo para o chão, estamos no ar.
— Aqui vamos nós, querida! — Christian grita atrás de mim. E nós estamos em nossa própria bolha, só nós dois. Tudo o que ouço é o som do vento rasgando e passando e o som distante que vem do zumbido do motor do Piper.
Estou segurando a borda do meu assento com as duas mãos, com tanta força que meus dedos estão brancos.
Nós seguimos para o oeste, para o interior, longe do sol nascente, ganhando altura, atravessando campos e florestas e casas e I-95. Oh meu Deus. Isto é surpreendente, acima de nós apenas o céu. A luz é extraordinária, difusa e quente no tom, e me lembro de José falar sobre a "hora mágica", um horário do dia em que os fotógrafos adoram, é isso... logo após o amanhecer, e eu estou nela, com Christian.
De repente, lembro-me da exposição de José. Hmm. Eu preciso dizer para Christian. Pergunto-me brevemente como ele vai reagir. Mas eu não vou me preocupar com isso, não agora, eu estou apreciando o passeio. Meus ouvidos estalam com o ganho de altura, e a terra desliza mais e mais longe. É tão pacífica.
Estou entendendo totalmente porque ele gosta de estar aqui. Fora de seu BlackBerry e todas as pressões de seu trabalho.
O rádio crepita a vida, e Mark menciona 3.000 pés. Caramba, isso parece alto. Eu verifico no chão, e não posso mais distinguir claramente nada lá em baixo.
— Relaxe, — Christian diz no rádio, e de repente o Piper desaparece, e a sensação de ser puxada fornecida pelo pequeno avião nos deixa. Estamos flutuando, flutuando sobre a Geórgia.
Puta merda, é excitante. O avião se transforma, e as asas mergulham, e nós vamos em espiral em direção ao sol. Ícaro. É isso. Eu estou voando perto do sol, mas ele está comigo, me levando. Eu engasgo com a realização. Nós rodamos e rodamos, e na minha opinião, nesta luz da manhã é espetacular.
— Segure-se firme! — Grita, e mergulhamos de novo, só que desta vez ele não para. De repente, eu estou de cabeça para baixo, olhando para o chão através do topo de vidro da cabine.
Eu grito alto, meus braços automaticamente avançam, minhas mãos ficam espalmadas sobre o vidro para me impedir de cair. Eu posso ouvi-lo rindo. Bastardo! Mas sua alegria é contagiante, e eu estou rindo muito enquanto ele endireita o avião.
— Estou contente por não ter tomado café da manhã! — Eu grito para ele.
— Sim, em retrospecto, é bom você não ter feito, porque eu vou fazer isso de novo.
Mergulha o avião mais uma vez, até que estamos de cabeça para baixo. Desta vez, estou preparada, e fico com a mão no cinto, mas isso me faz rir e sorrio como uma tola. Ele nivela o avião, mais uma vez.
— Lindo, não é? — Ele fala.
— Sim.
Voamos, mergulhando majestosamente no ar, ouvindo o vento e o silêncio, na luz da manhã. Quem poderia pedir mais?
— Vê o leme na sua frente? — Ele grita novamente.
Eu olho para o pau que está se movendo ligeiramente entre as minhas pernas. Oh não, onde ele está indo com isso?
— Agarre.
Oh merda. Ele vai me fazer pilotar o avião. Não!
— Vá em frente, Anastásia. Agarre-o, — ele insiste com mais veemência.
Timidamente, eu o agarro e sinto a altura e a guinada do que eu suponho que sejam os lemes e as pás ou o que mantém essa coisa no ar.
— Segure firme... mantenha-o estável. Vê o botão do meio em frente? Mantenha a agulha no centro. — Meu coração está na boca. Puta merda. Estou voando num planador... Eu estou subindo.
— Boa menina. — Christian parece encantado.
— Estou surpresa que você me deixe assumir o controle, — eu grito.
— Você ficaria espantada com o que eu deixaria você fazer, Senhorita Steele. Faça para mim agora.
Eu sinto o movimento do leme de repente, e o deixo ir em espiral para baixo por vários pés, meus ouvidos começam a estalar novamente. O chão está se aproximando, e parece como se pudéssemos estar batendo nele em breve. Caramba, isso é assustador.
— BMA, este é BG N Papa Alpha 3, entrando na pista da esquerda a favor do vento sete para a grama, a BMA. — Christian soa com o seu tom autoritário habitual. A torre grita para ele no rádio, mas eu não entendo o que eles dizem. Nós voamos rodando novamente em um grande círculo, se afundando lentamente para o chão. Eu posso ver o aeroporto, as pistas de pouso, e nós estamos voando para trás sobre a I-95.
— Espere querida. Isto pode ficar instável.
Depois de outro círculo que mergulhei e, de repente estamos no chão com um baque breve, correndo ao longo da grama, puta merda. Meus dentes se batem quando nós colidimos a uma velocidade alarmante ao longo do chão, até que finalmente chegamos a uma parada. O avião oscila ligeiramente, em seguida, mergulha para a direita.
Tomo uma lufada profunda de ar, enquanto Christian se inclina e abre a tampa da cabine, escalando para fora e se alongando.
— Como foi isso? — Ele pergunta, e seus olhos estão brilhando, um cinza prata deslumbrante. Ele se inclina para me soltar.
— Foi extraordinário. Obrigada, — eu sussurro.
— Foi mais? — Pergunta ele, sua voz repleta de esperança.
— Muito mais, — eu respiro, e ele sorri.
— Venha. — Ele estende a mão para mim, e eu escalo para fora da cabine.
Assim que eu estou fora, ele me agarra e me abraça forte contra seu corpo. De repente, sua mão está no meu cabelo, puxando ele para trás, e sua outra mão desce até a base da minha espinha. Ele me beija, longo, duro, e apaixonadamente, sua língua na minha boca.
Sua respiração está pesada, o seu ardor... Caramba, sua ereção... estamos em um campo. Mas eu não me importo. Minhas mãos torcem em seu cabelo, agarrando-o para mim. Eu o quero, aqui, agora, no chão. Ele se afasta e olha para baixo, para mim, seus olhos agora escuros e luminosos na luz da manhã, cheios de matérias-primas, e uma sensualidade arrogante. Uau. Ele tira o meu fôlego.
— Café da manhã, — ele sussurra, fazendo soar deliciosamente erótico.
Como ele pode fazer bacon e ovos soar como um fruto proibido? É uma habilidade extraordinária. Ele se vira, apertando minha mão, e voltamos para o carro.
— E sobre o planador?
— Alguém vai cuidar disso, — ele diz com desdém. — Vamos comer agora. — Seu tom é inequívoco.
Comida! Ele está falando de alimentos, quando na verdade tudo que eu quero é ele.
— Venha. — Ele sorri.
Eu nunca o vi assim, e é uma alegria para os olhos. Eu me encontro caminhando ao lado dele, de mãos dadas, como uma estúpida, com sorriso bobo estampado em meu rosto. Isso me lembra de quando eu tinha dez anos e passei o dia na Disneylândia com Ray. Era um dia perfeito, e este está, com certeza, se moldando ao mesmo.
De volta ao carro, que voltamos ao longo de I-95 para Savannah, meu alarme do telefone acende. Ah, sim... minha pílula.
— O que é isso? — Christian pergunta, curioso, olhando para mim.
Eu procuro na minha bolsa pelo o pacote.
— Alarme para a minha pílula, — eu murmuro com minhas bochechas vermelhas.
Seus lábios se contraem.
— Bom, bem feito. Eu odeio camisinha.
Eu fico um pouco mais vermelha. Ele é tão paternalista como nunca foi.
— Gostei que você me apresentou a Mark como sua namorada, — murmuro.
— Não é o que você é? — Ele levanta uma sobrancelha.
— Eu sou? Eu pensei que você queria uma submissa.
— Assim como eu fiz, Anastásia, e faço. Mas eu já lhe disse, eu quero mais, também.
Oh meu Deus. Ele está chegando lá, e esperança surge através de mim, me deixando sem ar.
— Estou muito feliz que você quer mais, — eu sussurro.
— Nosso objetivo é agradar, Senhorita Steele. — Ele sorri enquanto vira para a International House of Pancakes.
— IHOP. — Eu sorrio de volta. Eu não acredito nisso. Quem teria pensado... Christian Grey na IHOP.
É 8:30 da manhã, mas está tudo calmo, no restaurante. Está com cheiro de massa doce, frituras e desinfetante. Hmm... não como um aroma sedutor. Christian me leva a uma mesa.
— Eu nunca teria imaginado que você viesse aqui, — eu digo enquanto deslizo na cabine.
— Meu pai costumava nos trazer a um desses sempre que minha mãe saia para uma conferencia médica. Era o nosso segredo. — Ele sorri para mim, os olhos cinzentos dançam, então pega um menu, passando a mão pelo cabelo rebelde enquanto olha para o cardápio.
Oh, eu quero correr minhas mãos por aquele cabelo. Eu pego um menu e o examino. Percebo que estou morrendo de fome.
— Eu sei o que quero, — ele respira, sua voz baixa e rouca.
Olho para ele, e ele está me olhando daquele jeito que aperta todos os meus músculos da barriga e me tira o meu fôlego, seus olhos escuros e latentes. Puta merda. Eu olho para ele, minha voz como o sangue em minhas veias, respondendo à sua chamada.
— Eu quero o que você quiser, — eu sussurro.
Ele inala drasticamente.
— Aqui? — Pergunta ele sugestivamente, levantando uma sobrancelha para mim, sorrindo maliciosamente, seus dentes prendendo a ponta de sua língua.
Oh meu Deus... sexo no IHOP. Suas mudanças de expressão, crescem mais obscuras.
— Não morda seu lábio, — ele ordena. — Não aqui, não agora. — Seus olhos endurecem momentaneamente, e por um momento, ele parece tão deliciosamente perigoso. — Se eu não puder tê-la aqui, não me tente.
—Olá, Meu nome é Leandra, o que posso fazer por vocês... er... gente... er... hoje, esta manhã...? — Sua voz se extingue, tropeçando em suas palavras, enquanto ela fica de olho no Sr. Belíssimo à minha frente.
Ela fica vermelha como tomate, e no fundo eu até que entendo-a, porque ele ainda tem esse efeito em mim. Sua presença me permite fugir rapidamente de seu olhar sensual.
— Anastásia? — Ele me pede, ignorando-a, e eu duvido que alguém pode pronunciar meu nome de forma mais carnal como ele neste momento.
Eu engulo, rezando para que eu não fique da mesma cor que a pobre Leandra.
— Eu te disse, eu quero o que você quiser. — Eu mantenho a minha voz suave, baixa, e ele olha para mim faminto. Caramba, minha deusa interior desmaia. Eu estou até aonde neste jogo?
Leandra olha de mim para ele e vice-versa. Ela está praticamente da mesma cor que seu cabelo vermelho brilhante.
— Devo lhes dar mais um minuto para decidir?
— Não. Sabemos o que queremos. — A boca de Christian se abre em um pequeno sorriso sexy.
— Queremos duas porções das panquecas originais com xarope e bacon ao lado, dois copos de suco de laranja, um café preto com leite desnatado, e um chá Inglês, se você tiver, — Christian diz, sem tirar os olhos de mim.
— Obrigada, senhor. Isso é tudo? — Sussurra Leandra, olhando para qualquer lugar, menos para nós dois. Nós dois por sua vez, olhamos para ela, e ela cora mais um pouquinho e se distancia.
— Você sabe que não é realmente justo. — Olho para a mesa de fórmica, traçando um padrão com o meu dedo indicador, tentando parecer indiferente.
— O que não é justo?
— O jeito que você desarma as pessoas. Mulheres. Eu.
— Eu te desarmo?
Eu bufo.
— O tempo todo.
— É só algo físico, Anastásia, — ele diz suavemente.
— Não, Christian, é muito mais do que isso.
Ele franze o cenho.
— Você me desarma totalmente, Senhorita Steele. Sua inocência. Que supera qualquer barreira.
— É por isso que você mudou de opinião?
— Mudei de opinião?
— Sim, sobre... err... nós?
Ele acaricia o queixo pensativo com seus dedos longos e hábeis.
— Eu não acho que mudei de opinião apenas por isso. Nós apenas precisamos redefinir nossos parâmetros, redesenhar as nossas linhas de batalha, se você quiser. Nós podemos fazer este trabalho, eu tenho certeza. Eu quero você submissa na minha sala de jogos. Eu vou te punir se você desviar das regras. Fora isso... bem, eu acho que tudo esta em discussão. Essas são as minhas necessidades, Senhorita Steele. O que você diria sobre isso?
— Então dormir com você? Na sua cama?
— É isso que você quer?
— Sim.
— Eu concordo em seguida. Além disso, eu durmo muito bem quando você está na minha cama. Eu não tinha ideia disso. — Sua testa aumenta enquanto diminui sua voz.
— Eu estava com medo de que você me deixaria se eu não concordasse com tudo isso, — sussurro.
— Eu não vou a lugar algum, Anastásia. Além disso ... — Ele se desliga, e depois de algum pensamento, acrescenta. — Estamos seguindo seu conselho, sua definição: compromisso. Você enviou para mim. E até agora, ela está funcionando para mim.
— Eu adoro que você queira mais, — murmuro timidamente.
— Eu sei.
— Como você sabe?
— Confie em mim. Apenas sei. — Ele sorri para mim. Ele está escondendo alguma coisa. O quê?
Naquele momento, Leandra chega com o café da manhã e nossa conversa cessa. Meu estômago ronca, me lembrando de como estou com fome. Christian me observa com uma aprovação irritante enquanto devoro tudo em meu prato.
— Posso te convidar? — Peço a Christian.
— Me convidar como?
— Pagando por esta refeição.
Christian bufa.
— Eu não penso assim. — Ele ridiculariza.
—Por favor. Eu quero.
Ele franze a testa para mim.
— Você está tentando me castrar completamente?
— Este é provavelmente o único lugar que eu vou ser capaz de pagar.
— Anastásia, eu aprecio o pensamento. Mas não.
Aperto meus lábios.
— Não faça uma cara feia, — ele ameaça, com os olhos brilhando ameaçadoramente.
Claro que ele não me pede o endereço da minha mãe. Ele sabe já sabe, perseguidor como ele é. Quando ele estaciona na frente da casa, eu não comento. Qual é o ponto?
— Você quer entrar? — Pergunto timidamente.
— Eu preciso trabalhar, Anastásia, mas eu vou estar de volta esta noite. Que horas?
Eu ignoro a facada indesejada de decepção. Por que eu quero passar cada minuto com este controlador deus do sexo? Oh sim, eu me apaixonei por ele, e por saber voar.
— Obrigada... por tudo.
— O prazer é meu, Anastásia. — Ele me beija, e eu inalo o cheiro sexy de Christian.
— Eu te vejo mais tarde.
— Tente me parar, — ele sussurra.
Eu aceno um adeus enquanto ele vai embora para o sol da Geórgia. Eu ainda estou vestindo sua camiseta e sua cueca, e estou muito quente.
Na cozinha, minha mãe está em um retalho completo. Não é todo dia que ela tem para entreter um multi-zilionário, e que a destaca.
— Como você está, querida? — Ela pergunta, e eu fico vermelha, porque com certeza ela deve saber o que eu estava fazendo na noite passada.
— Eu estou bem. Christian me levou para planar esta manhã. — Espero que a nova informação vá distraí-la.
— Planar? Como em um pequeno avião sem motor? Esse tipo de planar?
Concordo com a cabeça.
— Uau.
Ela está sem palavras, um novo conceito para a minha mãe. Ela fica de boca aberta, mas eventualmente se recupera e retoma sua linha original de questionamento.
— Como foi ontem à noite? Será que você falou sobre isso?
Eita. Eu fico num tom de vermelho brilhante.
— Nós conversamos, a noite passada e hoje. Está ficando melhor.
— Bom. — Ela vira a atenção para os quatro livros de culinária que ela tem aberto sobre a mesa da cozinha.
— Mamãe... se você quiser, eu cozinho esta noite.
— Oh, querida, isso é típico de você, mas quero fazê-lo.
— Ok. — Eu faço uma careta, sabendo muito bem que o tipo de comida que minha mãe faz ou é bom ou é ruim.
Talvez ela tenha melhorado desde que ela se mudou para Savannah com Bob. Houve um tempo que eu não iria submeter ninguém a sua comida... mesmo, que eu a odiasse? Ah, sim, a Sra. Robinson, Elena. Bem, talvez ela. Será que vou conhecer essa maldita mulher?
Eu decidi enviar um rápido agradecimento a Christian.
De: Anastásia Steele
Assunto: Voando em vez de ferida
Data: 02 de junho de 2011 10:20 EST
Para: Christian Grey
Às vezes, você realmente sabe como dar bons momentos a uma garota.
Obrigada
Ana, X
De: Christian Grey
Assunto: Voando vs ferida
Data: 02 de junho de 2011 10:24 EST
Para: Anastásia Steele
Prefiro qualquer coisas do que seu ronco. Eu tive um momento muito bom.
Mas eu sempre tenho quando estou com você.
Christian Grey
CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.
De: Anastásia Steele
Assunto: O RONCO
Data: 02 de junho de 2011 10:26 EST
Para: Christian Grey
EU NÃO RONCO. E se eu fizer isso, é muito rude de sua parte apontar.
Você não é cavalheiro Sr. Grey! E você está no mesmo barco que eu!
Ana
De: Christian Grey
Assunto: Falar dormindo
Data: 02 de junho de 2011 10:28 EST
Para: Anastásia Steele
Eu nunca disse ser um cavalheiro, Anastásia, e eu acho que tenho demonstrações que apontam para isso em diversas ocasiões. E não estou intimidado pelas suas letras MAIÚSCULAS.
Mas vou confessar que foi mentirinha : Não - você não ronca, mas você fala. E é fascinante.
O que aconteceu com o meu beijo?
Christian Grey
CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.
Puta merda. Eu sei que falo no meu sono. Kate me disse várias vezes. O que diabos eu disse? Ah, não.
De: Anastásia Steele
Assunto: Língua nos dentes
Data: 02 de junho de 2011 10:32 EST
Para: Christian Grey
Você é um canalha e um grosseirão, definitivamente, não é um cavalheiro.
Então, o que eu digo? Não há beijos para você, até você falar!
De: Christian Grey
Assunto: A Bela Adormecida Falando
Data: 02 de junho de 2011 10:35 EST
Para: Anastásia Steele
Seria mais uma grosseria minha dizer, e eu já fui castigado por isso.
Mas se você se comportar, eu posso lhe dizer esta noite. Eu tenho que ir a uma reunião agora.
Até depois, querida.
Christian Grey
CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.
Certo! Vou manter o silêncio de rádio, até esta noite. Eu bufo. Eita. Supondo que eu já disse que eu o odeio, ou pior ainda, que eu o amo, no meu sono. Oh, eu espero que não. Eu não estou pronta para lhe dizer, e eu tenho certeza que ele não está pronto para ouvir, ou se ele quiser ouvir. Faço uma careta para o computador e decido que vou cozinhar, vou fazer o pão.
Minha mãe decidiu por uma sopa fria a base de tomates crus e um churrasco com bifes marinados em azeite de oliva, alho e limão. Christian gosta de carne, e é simples de fazer. Bob se ofereceu para ser o homem da churrasqueira. O que há sobre homens e fogo, eu penso enquanto sigo atrás da minha mãe, até o supermercado com o carrinho de compras?
Enquanto procuro o corredor de carne crua, meu telefone toca. Eu corro para ele, pensando que pode ser Christian. Eu não reconheço o número.
— Olá? — Eu respondo sem fôlego.
— Anastásia Steele?
— Sim.
— É Elizabeth Morgan do SIP.
— Oh. Oi.
— Estou ligando para oferecer-lhe o cargo de assistente do Sr. Jack Hyde. Gostaríamos que você começasse na segunda-feira.
— Uau. Isso é ótimo. Obrigada!
— Você conhece os detalhes do salário?
— Sim. Sim... é isso, eu quero dizer, eu aceito a sua oferta. Eu adoraria ir trabalhar para você.
— Excelente. Nos vemos na segunda às 8:30 da manhã?
— Vejo você depois. Tchau. E muito obrigada.
Eu olho para a minha mãe.
— Você tem um emprego?
Concordo com alegria, ela grita e me abraça no meio do supermercado Publix.
— Parabéns, querida! Temos que comprar um champanhe! — Ela está batendo palmas e pulando para cima e para baixo. Ela tem 42 anos ou 12 anos?
Eu olho para o meu telefone e franzo a testa, há uma chamada não atendida de Christian. Ele nunca me telefona. Eu ligo para ele em seguida.
— Anastásia, — ele responde imediatamente.
— Oi, — murmuro timidamente.
— Eu tenho que voltar para Seattle. Algo está fora de controle. Estou no caminho para Hilton Head agora. Por favor, peça desculpas à sua mãe — eu não posso ir ao jantar. — Ele soa muito profissional.
— Nada de grave, espero?
— Eu tenho uma situação que tenho que lidar. Eu vou te ver sexta-feira. Vou enviar Taylor para lhe pegar no aeroporto, se não puder ir eu mesmo. — Ele soa frio. Até mesmo irritado. Mas pela primeira vez, eu não acho que seja por minha causa.
— Ok. Eu espero que você resolva a sua situação. Tenha um bom voo.
— Você também, querida, — ele respira, e com essas palavras, o meu Christian está de volta brevemente. Em seguida, ele desliga.
Ah, não. A última "situação" que ele tinha era a minha virgindade. Caramba, espero que não seja nada assim.
Eu olho para minha mãe. Sua felicidade anterior se transformou em preocupação.
— É Christian, ele teve que voltar para Seattle. E ele pede desculpas.
— Oh! Isso é uma pena, querida. Mas nós ainda podemos ter o nosso churrasco, e agora temos algo para comemorar, o seu novo trabalho! Você tem que me contar tudo sobre ele.
É fim de tarde, eu e minha mãe estamos deitadas ao lado da piscina. Minha mãe relaxou a tal ponto que ela está, literalmente, na horizontal, agora que o Sr. Megasena não está chegando para jantar. Enquanto eu estou deitada ao sol, me esforçando para perder a cor pálida, eu penso sobre ontem à noite e o café da manhã hoje. Eu penso sobre Christian, e meu sorriso ridículo se recusa a diminuir. Ele se mantém rastejando pelo meu rosto, espontaneamente e desconcertante, se bem me lembro nossas diversas conversas e o que fizemos... o que ele fez.
Parece haver uma mudança na maré da atitude de Christian. Ele nega, mas, ele admite que está tentando ter mais. O que poderia ter mudado? O que mudou desde que ele me enviou o seu longo e-mail e quando eu o vi ontem? O que ele fez? Sento-me, de repente, quase derramando a minha Dr. Pepper. Ele jantou com... ela. Elena.
Puta Merda!
Meu couro cabeludo espinha com a realização. Ela disse algo a ele? Ah... queria ter sido uma mosca na parede durante o jantar. Eu poderia ter pousado em sua sopa ou em seu copo de vinho e sufocá-la.
— O que é isso, Ana, querida? — Mamãe pergunta, assustada.
— Eu estou apenas passando por um momento, mamãe. Que horas são?
— Cerca de 06:30 da tarde, querida.
Hmm... ele não posou ainda. Posso perguntar-lhe? Devo perguntar-lhe? Ou talvez ela não tem nada a ver com isso. Cruzo os dedos para isso. O que eu disse no meu sono? Porcaria... alguma desprotegida observação enquanto sonhava com ele, eu aposto? Seja lá o que é, ou foi, espero que a mudança venha de dentro dele e não por causa dela.
Estou sufocada neste calor danado. Eu preciso de outro mergulho na piscina.
Quando estou indo para a cama, ligo o meu computador. Não vi nada de Christian.
Nem mesmo uma palavra que ele chegou em segurança.
De: Anastásia Steele
Assunto: Chegou em segurança?
Data: 02 de junho de 2011 22:32 EST
Para: Christian Grey
Caro senhor
Por favor, me deixe saber se você chegou em segurança. Estou começando a me preocupar. Pensando em você.
Sua Ana, X
Três minutos depois, ouço o ping do e-mail que chega a minha caixa de entrada.
De: Christian Grey
Assunto: Desculpa
Data: 02 de junho de 2011 19:36
Para: Anastásia Steele
Querida Senhorita Steele
Eu cheguei em segurança, e por favor aceite minhas desculpas por não deixá-la saber. Eu não quero te causar nenhuma preocupação, é reconfortante saber que você se importa comigo. Eu estou pensando em você também e como sempre estou ansioso para vê-la amanhã.
Christian Grey
CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.
Eu suspiro, Christian está de volta para a formalidade.
De: Anastásia Steele
Assunto: A Situação
Data: 02 de junho de 2011 22:40 EST
Para: Christian Grey
Caro Sr. Grey
Eu acho que é muito evidente que eu me importo com você, profundamente. Como você pode duvidar disso?
Espero que a sua "situação" esteja resolvida.
Sua Ana, X
PS: Você vai me dizer o que eu disse enquanto estava dormindo?
De: Christian Grey
Assunto: Quinta Petição
Data: 02 de junho de 2011 19:45
Para: Anastásia Steele
Querida Senhorita Steele
Eu gosto muito que você se importe comigo. A "situação" aqui ainda não está resolvida.
Com relação ao seu PS: A resposta é não.
Christian Grey
CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.
De: Anastásia Steele
Assunto: Insana Petição
Data: 02 de junho de 2011 22:48 EST
Para: Christian Grey
Espero que tenha sido divertido. Mas você deve saber que não posso aceitar qualquer responsabilidade pelo que sai da minha boca enquanto eu estiver inconsciente. Na verdade, você provavelmente me entendeu mal.
Um homem com a sua idade avançada certamente deve ser um pouco surdo.
De: Christian Grey
Assunto: Se Declarar Culpado
Data: 02 de junho de 2011 19:52
Para: Anastásia Steele
Querida Senhorita Steele
Desculpe, você poderia falar mais alto? Eu não posso ouvi-la.
Christian Grey
CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.
De: Anastásia Steele
Assunto: Insana Petição Novamente
Data: 02 de junho de 2011 22:54 EST
Para: Christian Grey
Você está me deixando louca.
De: Christian Grey
Assunto: Espero que sim...
Data: 02 de junho de 2011 19:59
Para: Anastásia Steele
Querida Senhorita Steele
Eu pretendo fazer exatamente isso na noite de sexta-feira. Esperando ansiosamente. ;)
Christian Grey
CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.
De: Anastásia Steele
Assunto: Grrrrrr
Data: 02 de junho de 2011 23:02 EST
Para: Christian Grey
Estou oficialmente chateada com você.
Boa noite
Senhorita A. R. Steele
De: Christian Grey
Assunto: Gato Selvagem
Data: 02 de junho de 2011 20:05
Para: Anastásia Steele
Você está rosnando para mim senhorita Steele?
Eu possuo uma gata que rosna.
Christian Grey
CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.
Ele tem uma gata? Eu nunca vi um gato em seu apartamento. Não, eu não vou respondê-lo.
Oh, ele pode ser tão irritante às vezes. Cinquenta Sombras de exasperação. Eu subo para a cama e deito olhando para o teto enquanto os meus olhos se ajustam ao escuro. Eu ouço outro ping do meu computador. Eu não vou olhar. Não, definitivamente não. Não, eu não vou olhar. Gah!
Como a tola que sou, não posso resistir à tentação das palavras de Christian Grey.
De: Christian Grey
Assunto: O que você disse enquanto dormia
Data: 02 de junho de 2011 20:20
Para: Anastásia Steele
Anastásia
Eu prefiro ouvir você dizer as palavras que pronunciou no seu sono enquanto você está inconsciente, é por isso que eu não vou te dizer. Vá dormir. Você precisará estar descansada para o que tenho em mente para você amanhã.
Christian Grey
CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.
Ah, não... O que eu disse? É tão mau como eu penso, eu tenho certeza.